Vulcão Cumbre Vieja obrigou milhares de pessoas a deixarem suas casas. FOTO: Seguridad y Emergencias del Gobierno de Canarias / Divulgação

Os comitês que estão acompanhando a erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, emitiram alerta à população após ser registrado nesta sexta-feira, 24, um “aumento da atividade explosiva” do fenômeno natural. Segundo as autoridades, o aumento se deve a abertura de duas novas crateras, que se juntaram uma maior ainda, e contribuíram com a formação de um “rio de lava”.

“Estamos diante de um evento vulcânico do tipo fissura estrombólica com diferentes centros emissores, alguns dos quais são ativados e desativados e podem reativar, ou seja, uma erupção típica das Ilhas Canárias”, afirmou Miguel Ángel Morcuende, diretor técnico do Plano de Emergência Vulcânica das Canárias (Pevolca). Erupções vulcânicas estrombólicas são aquelas com grandes explosões, que também ejetam cinzas e pedras incandescentes.

Ainda de acordo com o especialista, a lava expelida ontem percorreu cerca de um quilômetro na noite passada, o que significa que ela chegou a uma velocidade de cerca de 80 quilômetros por hora. Neste sábado, 25, no entanto, a velocidade diminuiu.

Diante do agravamento da situação, Morcuende reforçou o alerta de que a população deve tomar medidas de proteção contra a queda de cinzas, sobretudo com o uso de máscaras e óculos de proteção. Ele ainda lembrou que o ar está com qualidade baixa e existe risco de chuva ácida.

Desde que o vulcão entrou em erupção, em 19 de setembro, o governo das Ilhas Canárias já contabiliza cerca de 6 000 pessoas evacuadas, sendo 200 só nesta sexta-feira, 24, e 400 casas destruídas. A recomendação é para que a população evite atividades lúdicas e esportivas ao ar livre e só saia de casa para o que for “estritamente imprescindível”, principalmente se forem crianças, grávidas, idosos ou pessoas com doenças pulmonares. (VEJA)