Ex-ministro da Saúde blindou Jair Bolsonaro e defendeu ações de sua pasta para compra de vacinas e na crise de Manaus. FOTO: Jefferson Rudy/Agência Senado

Rodoviários que trabalham no transporte coletivo de Manaus paralisaram os ônibus na tarde desta quarta-feira (19). Eles cobram vacinação contra a Covid e pagamento de direitos trabalhistas.

Ao todo, mais de 800 ônibus ficaram totalmente parados em vários pontos da cidade, informou o sindicato da categoria. Uma das paralisações ocorreu por volta de 14h30, na Avenida Constantino Nery, em frente ao Terminal 1.

Após sentir mal-estar e ter seu depoimento suspenso, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello voltará nesta quinta-feira (20) à CPI da Covid para terminar de responder às perguntas dos senadores. A reunião desta quarta-feira (19) foi interrompida por causa das votações no plenário do Senado. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), avisou que ainda estão inscritos 24 senadores para fazer perguntas ao ex-ministro.

Pazuello respondeu a todos os questionamentos, sem deixar de exercer o direito de silêncio para não se incriminar, concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ele blindou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), negando interferências do presidente no ministério da Saúde e defendeu sua atuação na crise.

O ministro também negou as principais acusações contra sua gestão, como a de que a pasta teria ignorado ofertas da Pfizer por meses e que houve omissão do governo federal no colapso hospitalar de Manaus. Em alguns momentos, porém, o ex-ministro caiu em contradição e foi confrontado pelos senadores e por órgãos oficiais do estado.

Ele afirmou que soube do risco iminente de colapso no sistema público de saúde em Manaus (AM) no dia 10 de janeiro. A declaração diverge de relatório da AGU (Advocacia-Geral da União), que afirmou que o governo federal sabia da situação de escassez de oxigênio em Manaus desde o dia 8.

Pazuello também disse que não se encontrou com diretorias de farmacêuticas para tratar de compra de vacinas, mas a agenda dele mostra reuniões com presidentes da Pfizer e da Janssen em março de 2021. O ex-ministro passou mal no intervalo para almoço da CPI, e acabou não voltando.

O depoimento foi interrompido pelo início da sesão do Senado, quando Pazuello estava sendo questionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) por suas afirmações de que não tratou de compra de vacinas diretamente.

A sessão será reiniciada nesta quinta-feira (20) com 24 senadores inscritos para falar e fazer perguntas ao ministro. O depoimento que estava marcado para a data, da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, foi adiado para a próxima terça-feira (25).