Medalhista de prata desafiou proibição durante premiações para chamar atenção para oprimidos e saúde mental. FOTO: Hannah Mckay/Reuters

Negra, lésbica e medalhista de prata no arremesso de peso, a norte-americana Raven Saunders, de 25 anos, protagonizou a primeira manifestação em pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A atleta ergueu os punhos fechados e cruzou os braços sobre a cabeça, formando um “X”.

O protesto é em prol dos oprimidos. O “X” representaria o cruzamento em que as vítimas da opressão se encontram neste momento.

“Faço parte de muitas comunidades”, contou Saunders, que luta contra a depressão. “Acho que minha geração realmente não se importa. No fim das contas, realmente não nos importamos.”

“Grito para todos os meus negros. Grito para toda a minha comunidade LGBTQ. Grito para todo o meu povo que lida com saúde mental. No fim das contas, entendemos que isso é maior do que nós, e maior do que os poderes constituídos. Entendemos que há muitas pessoas que estão olhando para nós, que estão esperando se dizemos algo ou se falamos por eles.”

O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, disse que a entidade está avaliando a manifestação. Antes dos Jogos de Tóquio, o COI relaxou a proibição de protestos.

“Deixe-os tentar levar esta medalha”, disse Saunders em uma rede social.

Mulheres contra o racismo
No primeiro dia dos jogos de futebol feminino na Olimpíada de Tóquio, as jogadoras realizaram protestos contra o racismo. As seleções da Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Suécia ajoelharam-se antes das partidas, lembrando a morte de George Floyd, em 2020. (CATRACA LIVRE)