Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), pré-candidato à presidência da República nas eleições do ano que vem, evitou falar sobre quem quer como vice em sua chapa durante a campanha eleitoral, mas, ao ser confrontado, não economizou elogios ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM). Ambos fizeram parte do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A tentação óbvia é você escolher um vice que possibilite que você ganhe as eleições, mas você também tem que ter uma responsabilidade com o país. O vice existe porque existe a possibilidade de acontecer uma coisa com o presidente e ele ter que assumir. Então, acho que a primeira decisão é ter um vice que tenha a capacidade de assumir o país, caso aconteça alguma coisa com o presidente. Sergio Moro, durante entrevista ao site “O Antagonista”

Na sequência, um dos jornalistas insistiu na questão e perguntou se Mandetta poderia ser o seu vice dos sonhos. “Olha, eu tenho uma grande admiração pelo ministro Mandetta, tenho mantido conversas com ele, e tenho um apreço pessoal com ele”, completou.

Sergio Moro ocupou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil no governo de Jair Bolsonaro por pouco mais de um ano. Em 24 de abril de 2020, demitiu-se em entrevista coletiva após o presidente pedir a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal. Já Mandetta foi demitido do cargo de ministro da Saúde da após uma série de embates com Bolsonaro, em abril do ano passado, em meio à pandemia da covid-19.

Tanto Moro quanto Mandetta já admitiram publicamente o desejo de participar das eleições de 2022, como possíveis candidatos à presidência.

O evento de filiação de Moro ao Podemos aconteceu na semana passada, marcando assim sua entrada oficial na política. Aos gritos de “Brasil para frente, Moro presidente”, o ex-juiz fez um discurso de presidenciável — e, inclusive, foi tratado por parlamentares e outros presentes já como “presidente”.
Liberal e conservador

Durante a entrevista, Moro também especificou o seu posicionamento ideológico em relação a alguns assuntos: ele se definiu como liberal e conservador.

“Bem, do ponto de vista econômico, eu tenho uma visão liberal. Acredito que na livre empresa, livre iniciativa… mas, igualmente, vejo a necessidade da presença do estado na produção de alguns bens e serviços. Vamos colocar. Saúde. É importante ter um sistema privado, mas também é importante ter um sistema público. Nós vimos como foi importante o nosso sistema público durante a pandemia”, iniciou ele.

“No campos dos costumes, eu sou um pouco conservador. Agora, o conservadorismo pessoal não significa que nós não tenhamos… vamos dizer assim, em relação às pessoas que pensam diferentes, nós temos que respeitar todos os entendimentos. E, muitas vezes, o estado não tem nada a ver com as escolhas pessoais das pessoas”, prosseguiu.

 

*Com informações de Uol