Loja Malwee em shopping - Foto: Reprodução Internet

A Malwee anunciou o lançamento do Malwee Transforma, um laboratório de inovação e sustentabilidade na moda que vai incubar projetos de startups – e também de outras marcas – que tragam soluções para minimizar o impacto ambiental do setor. O novo braço da empresa também disseminará boas práticas sustentáveis, por meio da capacitação de novos estilistas.

O anúncio foi feito durante a COP26, em Glasgow, na Escócia, e faz parte do conjunto de projetos, ações e compromissos do Grupo Malwee nas áreas ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês) para 2030.

Uma dessas iniciativas, considerada o “projeto piloto” do Malwee Transforma, é o lançamento de um jeans que utiliza apenas um copo de água na sua produção – normalmente são gastos 100 litros de água para a fabricação de uma única calça. O desenvolvimento desse produto foi viabilizado por meio de uma parceria com a empresa espanhola Jeanealogia, que criou um ciclo de maquinário para lavagem fabril de jeans patenteado no mundo como “Lavanderia 5.0”.

Em entrevista à Época NEGÓCIOS, Guilherme Moreno, gestor de marketing da Malwee, detalha as etapas do projeto. Confira:

Vocês estão criando um laboratório inédito de inovação em sustentabilidade na moda. Como vai funcionar?
O Malwee Transforma é um lugar de encontro para gerar parcerias, fortalecendo e disseminando uma nova forma de consumir e produzir moda. Sabemos que a sustentabilidade está diretamente ligada à colaboração. Por isso, a ideia é estabelecer parcerias com startups, marcas, instituições de ensino, profissionais, startups e hubs não só da área de moda, mas de qualquer setor que possa aportar algum tipo de ativo para uma moda mais sustentável e consciente.

Neste primeiro momento, o projeto nasce com iniciativas digitais, mas a ideia é evoluir e ter um formato físico. Começaremos com um portal, um hub de conteúdo por meio do qual vamos oferecer informações e estimular a troca de conhecimento. A partir do segundo semestre de 2022, quando acreditamos que o retorno às atividades presenciais já estará em uma fase mais avançada, a ideia é que esse formato se torne híbrido, com ações em universos físicos e digitais.

O Laboratório atuará em diferentes frentes. Como será essa divisão?
O projeto terá 4 frentes no total: o desenvolvimento e a evolução de produtos e collabs produzidos de um jeito inovador; um hub digital (e futuramente físico) que promova informação e gere conhecimento sobre produtos e práticas mais sustentáveis; uma frente de compartilhamento de informações entre indústrias para promover soluções mais sustentáveis no jeito de produzir moda; uma frente voltada para a capacitação de profissionais que atuem sob esse mindset de moda mais sustentável (em parceria com grandes instituições de ensino).

Que tipo de projetos e iniciativas procuram? Como será a seleção das startups?
Buscamos iniciativas que ofereçam para o consumidor produtos com design e informação de moda, mas que sejam inovadores do ponto de vista da sustentabilidade. O Malwee Transforma irá lançar produtos feitos de forma mais sustentável, seja usando uma matéria-prima de menor impacto, ou com processos de produção menos agressivos ao meio ambiente, com economia de água, energia renovável, upcycling, processos ligados ao conceito da moda circular e reciclagem de roupas. Seremos incansáveis na busca por inovações e soluções para diminuir nosso impacto ambiental.

Estamos em fase de prospecção de empresas parceiras, sejam grandes, pequenas, médias ou startups, e também de instituições de ensino. O que buscamos em comum nesses potenciais parceiros é que, primeiro, tenham o mesmo propósito que a Malwee: produzir uma moda mais sustentável e consumir de um jeito mais consciente. Segundo, que possam agregar valor com qualquer ativo que cumpra com o objetivo do Malwee Transforma. Esse ativo pode ser uma tecnologia, uma inteligência em processo, um produto, uma matéria-prima inovadora…

Como será a conversa com as grandes marcas? Já existem parceiros em vista?
Estamos realmente abertos ao diálogo com toda a cadeia da indústria brasileira da moda, e isso passa também pelas grandes marcas. O fato é que a nossa indústria, infelizmente, é uma das mais poluentes do mundo. O setor têxtil é responsável por 20% da poluição de rios no mundo e 10% da emissão global de CO2. Essa realidade não vai mudar se não houver dois movimentos fundamentais: a indústria começar a produzir moda de forma mais sustentável; e, na outra ponta, o consumidor se tornar mais crítico e mais consciente na hora de consumir moda.

Quando imagina que esses projetos serão incorporados às atividades da marca?
Posso adiantar que temos 11 lançamentos da marca Malwee programados para 2022 que terão a assinatura Malwee Transforma, entre collabs e coleções cápsula próprias da Malwee. O primeiro lançamento será anunciado no primeiro trimestre de 2022.

Que outras iniciativas de ESG serão implementadas pelo Grupo Malwee?
O Plano ESG 2030 do Grupo Malwee traz 21 metas em temas sociais e ambientais que vão além dos desafios do setor da moda. É o nosso compromisso com temas urgentes para a sociedade como o enfrentamento ao aquecimento global, a preservação da água, o uso inteligente de recursos materiais e a busca pela valorização e respeito à diversidade, à equidade de gênero e à garantia de trabalho digno.

 

*Com informações de Época NEGÓCIOS