(Foto: Divulgação)

No ano de 2021, com os impactos da Covid-19 no interior do Amazonas, centenas de artesãos e artesãs estiveram em condições vulneráveis de saúde, de alimentação e em suas atividades comerciais. Por meio de um trabalho logístico bem estruturado e compromissado em manter equilibrada uma parte da cadeia produtiva artesanal amazonense, a Associação Zagaia Amazônia recebeu de instituições nacionais e internacionais doações para que pudessem atender ao público de artesãos e artesãs em vulnerabilidade.

As ações humanitárias aconteceram em suporte às artesãs da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN) e às famílias das comunidades artesãs da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, que se encontravam impossibilitadas de trabalhar e prover o sustento de suas famílias, após a cheia histórica dos rios e da situação difícil frente à Pandemia de Covid-19. Ao todo foram mais de 500 doações, entre cestas básicas, cestas de material de limpeza e kits de higiene pessoal, dentro outras ações de suporte a atividade artesanal.

No caso da AMARN as doações aconteceram pela Brazil Foundation que ao todo, ao longo de 2021, doou 372 unidades de cestas básicas atendendo com frequência 81 famílias de artesãs. As cestas eram compostas com mais de 50 itens, cada unidade. Entre os itens foi possível adicionar um frango inteiro e material de limpeza. “Sou muito agradecida a coordenação da AMARN e da equipe da Zagaia porque conseguiram ajudar todas as Associadas em um momento tão delicado, foi um exemplo de amor fraterno conosco”, agradeceu Ema Marinho, artesã.

Para a presidente da Associação Zagaia Amazônia, Rozana Trilha, o ano de 2021 foi marcado pela solidariedade aos artesãos como uma forma de compensar a paralisação das atividades devido as cheias dos rios e dos efeitos da COVID-19 no Amazonas. “Montar uma logística para que essas doações chegassem ao interior de nosso estado, que tem dimensões de continente, é um trabalho para quem conhece a região e nós construímos esse processo junto com uma equipe de pessoas que acima de tudo colocaram o espírito da solidariedade em suas atividades. Com criatividade e bom uso dos recursos conseguimos, no caso das artesãs de Amanã, comprar produtos artesanais para escoar a produção e divulga-los em outros mercados”, destacou Rozana.

AMANÃ

Para apoiar as famílias da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Amanã, que compreende as comunidades de Ipecaçú, São Paulo de Coracy e Nova Canaã foram entregues, ao longo de 2021, 118 cestas básicas (com mais de 50 itens cada uma, incluindo alimentos e material de limpeza), 35 kits de higiene pessoal para as artesãs e 112 brinquedos para crianças de 0 a 12 anos. Essas comunidades foram algumas das mais afetadas com a subida dos rios, o que inviabilizou a coleta de matéria-prima retirada da floresta para confecção dos artesanatos. As fibras utilizadas por essas famílias, com a cheia, ficaram submersas dificultando o trabalho de coleta dos artesãos e artesãs.

Aproximadamente 50 famílias em Amanã vivem da agricultura e do artesanato. Além do artesanato que é feito com que encontram na natureza, algumas dessas famílias perderam seus pertences com a enchente e suas casas.

Ao todo, em 2021, foram duas doações da Associação Nacional por uma Economia de Comunhão (ANPECOM) e uma doação da Heritage Brazil Foundation. Todas as cestas saíram de barco de Manaus para Tefé, uma distância de 522km. Depois de chegar em Tefé o barco demora mais 8 horas para chegar até a Reserva de Amanã. Na lista de beneficiados, somam 43 Famílias de Ipecaçú (200 pessoas) 11 famílias de São Paulo de Coracy (46 pessoas) 5 Famílias de Nova Canaã (16 pessoas).

“Em nome do grupo Teçume d’Amazônia venho aqui agradecer pelas cestas básicas que doaram, foi muito gratificante da parte de vocês ter nos ajudado nesse momento tão difícil que estamos passando aqui”, disse Sideone Assis Amaral, artesã de Amanã. A artesã Maria Rosenize falou sobre as dificuldades enfrentadas durante esse período e agradeceu a iniciativa da Zagaia Amazônia: “A campanha foi de grande importância para nossas comunidades, porque nós perdemos a matéria-prima de onde tirávamos o nosso sustento e de nossas famílias. Nós agradecemos aos nossos parceiros, que nos ajudaram nesse momento”, agradeceu Maria.

Além da ANPECOM, a ação social promovida pela Zagaia contou com o apoio de outros benfeitores do cenário nacional, pessoas físicas do Amazonas, São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã se localiza na região próxima da confluência do Rio Solimões com o Rio Japurá. O nome Amanã significa “caminho da chuva”. A reserva abrange áreas dos municípios de Maraã, Barcelos e Coari.

*Com informações da assessoria