Transmissão da MBC colecionou gafes com fotos representativas e textos descritivos. IMAGEM: REPRODUÇÃO

Os Jogos de Tóquio estão em pleno andamento, mas uma gafe na abertura ainda dava dores de cabeça à emissora sul-coreana MBC no fim de semana. O motivo foi a escolha “não usual” de imagens representativas para os países na transmissão do começo da olimpíada.

A delegação da Itália foi acompanhada da foto de uma pizza, enquanto a Ucrânia foi resumida em uma foto da usina de Chernobyl, local que sofreu um acidente atômico que marcou a década de 1980.

A falta de sensibilidade logo chamou a atenção da audiência, e não tardou para se espalhar pelas redes sociais. A emissora teve de publicar um pedido de desculpas, primeiro em coreano, depois em inglês, após termos ligados à transmissão da MBC, como ”Chernobyl” e “vergonha nacional (national disgrace)” irem para os trending topics do Twitter na Coreia do Sul.

Diz o comunicado da emissora:

“A MBC usou imagens inapropriadas para representar alguns países na crimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 23 de julho. As imagens e legendas tinham o objetivo de tornar mais fácil compreender os países. […] No entanto, nós admitimos que houve falta de consideração com os países envolvidos, e a inspeção não foi profunda o suficiente. Um erro indesculpável.”

A emissora ainda se comprometeu a investigar a transmissão e rever seus processos de edição em programas esportivos para evitar erros como esse no futuro.

O fio editado pelo jornalista freelancer Rafael Rashid, baseado em Seul, viralizou ao descrever a cobertura da MBC.

As gafes foram desde as imagens (salmão para a Noruega, revolta popular para o Haiti…), até comentários, como a descrição das Ilhas Marshall como “um ex-local de testes atômicos dos Estados Unidos”, ou da Síria como um país em guerra civil há dez anos.

El Salvador, país caribenho, foi representado por um cartaz com referência ao bitcoin:

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“Não é a primeira vez: para as Olimpíadas de Pequim de 2008, a MBC apresentou as Ilhas Cayman como “famosas como um paraíso fiscal por estabelecer fundos offshore” O Chade era “o coração morto da África” e o Zimbábue tinha uma “inflação assassina”. Foi advertida pela Comissão de Padrões de Comunicações da Coreia”, comentou Rashid. (MEDIATALKS)