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Dois temas devem ficar fora do discurso do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) no lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República na 6ª feira (21): propostas na área ambiental e os detalhes de um programa de renda mínima permanente.

Sua equipe ainda trabalha nas propostas, e o pré-candidato só deve se aprofundar nelas no fim de janeiro, depois da convenção partidária marcada para esta semana na sede do PDT, em Brasília.

Não faltarão, por outro lado, referências ao que Ciro batizou de “projeto nacional de desenvolvimento”. O pedetista tem como bandeira a “reindustrialização” do Brasil.

A política fiscal para tornar o Estado indutor desse processo passa por deixar os investimentos do governo federal livres do teto de gastos, afirmou o coordenador da área econômica da pré-campanha de Ciro, deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE).

A ideia é vincular a expansão dos investimentos ao crescimento da receita corrente líquida. Hoje, despesas obrigatórias –como gastos com salários de servidores e a Previdência– comprimem o espaço para esse tipo de gasto no teto.

Para aumentar a receita, Benevides Filho defende a tributação de lucros e dividendos “dos ricos” e um corte de 15% nos incentivos fiscais. Com a 1ª medida, ele estima um ganho de arrecadação de R$ 48 bilhões e, com a 2ª, de R$ 45 bilhões.

“A gente não é contra inventivo fiscal, mas o tamanho hoje é grande demais. Quem tem hoje 10% de incentivo vai passar a ter 8,5%”, disse o deputado.

Vice sustentável

A lacuna no discurso de Ciro até aqui sobre propostas na área ambiental é reconhecida dentro do próprio PDT. Para dirigentes do partido, o pré-candidato ainda precisa “rechear” seu projeto nacional de desenvolvimento com propostas na área de sustentabilidade.

“Precisamos incluir no programa que é o projeto nacional de desenvolvimento sustentável, incluir combate às mudanças climáticas e a criação de empregos verdes”, afirmou o presidente municipal do PDT em São Paulo, Antonio Neto.

Nesse sentido, fala-se sobre a possibilidade de a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) integrar a chapa presidencial como candidata a vice-presidente.

“A Marina seria uma grande vice para qualquer candidato, mas a Rede ainda não tomou definição sobre o caminho que vai seguir”, disse deputado André Figueiredo (PDT-CE), um dos vice-presidentes do partido. A legenda da ex-ministra está dividida internamente sobre apoiar a candidatura de Ciro ou a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Convenção reduzida

Devido à nova onda de contágio por covid-19 trazida pela variante ômicron, só parte da executiva nacional estará na sede do PDT em Brasília na 6ª feira –os demais filiados participam virtualmente. O partido não convidou aliados para o evento.

As celebrações do centenário do fundador do PDT, Leonel Brizola, que seriam realizadas neste fim de semana foram adiadas. O líder trabalhista, ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, completaria 100 anos em 22 de janeiro.

*Com Poder360