Ao todo, 169 profissionais morreram entre abril de 2020 e março de 2021. Somente este ano, até março, foram 86 falecimentos. IMAGEM: Reprodução

O Brasil é o país em que mais jornalistas morreram com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Os dados, referentes ao primeiro trimestre de 2021, são da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Somente em março passado foram 47 óbitos.

O dossiê divulgado nesta terça-feira (6/4) revela que 86 jornalistas faleceram entre janeiro e março deste ano. O índice é 8,6% maior que no mesmo período de 2020.

Ao todo, 169 profissionais perderam a vida entre abril de 2020 e março de 2021 para a doença. O dossiê também mostra que, em três meses, o número de mortes neste ano supera todo o ano de 2020, quando foram registradas 78 mortes de abril a dezembro.

Os dados da Fenaj mostram o Brasil à frente do Peru, que registra pouco menos de 140 mortes segundo levantamento do Press Emblem Campaign e liderava o ranking. Para o leitor ter dimensão do impacto dos números, em todo 2020, 50 jornalistas foram assassinados em todo o mundo.

Os estados com maior número de mortes de jornalistas são Amazonas, Pará e São Paulo, com 19 ocorrências cada, seguido do Rio de Janeiro (15) e Paraná (13).

No Distrito Federal, segundo o levantamento, ocorreram três mortes. Apenas o estado do Acre não apresenta nenhum caso fatal entre jornalistas.

Números

Na categoria, a maioria dos casos é na faixa etária dos 51 a 70 anos (54,9% das mortes) e entre homens, sendo que, entre as vítimas da doença, 9,8% são mulheres jornalistas.

Em comunicado, a presidente da Fenaj, Maria José Braga, alertou para os riscos da cobertura da pandemia, mas defendeu a jornalismo de qualidade.

“Os números são alarmantes, mas vamos continuar cumprindo nosso papel, porque informação verdadeira também ajuda a salvar vidas”, escreveu.

O Brasil tem registrado sucessivos recordes em relação à Covid-19, o que tem chamado a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao todo, o país tem mais de 13 milhões de casos e 333 mil óbitos em decorrência da doença. O Ministério da Saúde aplicou 22,2 milhões unidades da vacina (entre primeira e segunda doses). Atualmente, a nação brasileira é o epicentro da pandemia. (METRÓPOLES)