IMAGEM: REPRODUÇÃO / AGÊNCIA BRASIL

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (21) , o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou dados distorcidos para falar sobre a polícia ambiental utilizada no Brasil durante seu governo . Entidades ambientais criticaram as afirmações feitas pelo mandatário, que abriu o evento, ao longo da manhã de hoje.

Durante seu discurso, Bolsonaro também aproveitou a oportunidade para falar sobre o desempenho da economia, defender a adoção do chamado tratamento precoce, com o uso de medicamentos com ineficácia comprovada contra a Covid-19 , e se colocar contra o passaporte sanitário, que confere benefícios de livre circulação a pessoas que já se vacinaram contra a doença.

Parte da fala do chefe do Executivo foi dedicada à Amazônia, tema que levanta muitas críticas dentro e fora do país durante sua gestão, devido à política ambiental adotada, além dos altos índices de desmatamento e queimadas .

Entidades e especialistas no assunto afirmaram que Bolsonaro distorceu os dados mencionados por ele na assembleia para parecerem favoráveis ao seu governo, enquanto ignora os problemas que atingem a Amazônia e o Pantanal .

“Bolsonaro diz se preocupar com o meio ambiente, mas está ao lado daqueles que defendem o PL da Grilagem e o projeto que acaba com o Licenciamento Ambiental! Um presidente que apoia e é apoiado por ruralistas, madeireiros e grileiros, não quer defender a natureza!”, escreveu o Greenpeace Brasil.

“O mesmo presidente que negligencia a crise climática, as queimadas no Cerrado e na Amazônia, hoje tentou vender a imagem de um bom mandatário e retratou um país que não existe”, continuou, contradizendo o discurso do mandatário.

Já a ONG WWF Brasil, disse que o presidente utiliza espaços internacionais “com um discurso que não condiz com a realidade do país ou com a atuação esperada de um chefe de Estado”. “Os dados não condizem com a fala”, escreveu.

O Instituto Socioambiental, que defende os povos indígenas , afirmou que ele omite o esforço do seu governo para enfraquecer” a legislação ambiental brasileira, mesmo que se vanglorie dela. (IG)