Em nota, o Assaí Atacadista informou que os funcionários envolvidos no caso foram afastados. IMAGEM: REPRODUÇÃO

A rede Atacadista Assaí pode ser multada em R$ 870 mil, receber uma advertência ou até ter a licença estadual cassada após episódio envolvendo o ajudante geral Luiz Carlos da Silva, um homem negro que diz ter sido obrigado a tirar a própria roupa para provar que não havia furtado itens de um supermercado da marca em Limeira (SP). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo, um processo administrativo foi aberto para apurar o caso. Uma lei estadual concede à pasta o direito de abrir processos administrativos contra práticas de discriminação racial e de aplicar punições a pessoas físicas e jurídicas.

Conforme o secretário da Justiça de SP, Fernando José da Costa, a defesa de Luiz Carlos da Silva já foi procurada para que fosse marcada uma audiência de mediação, que será presidida pelo Tribunal de Justiça de SP.

Relembre o caso

Luiz Carlos da Silva, de 56 anos, ficou apenas de cueca dentro de um supermercado após ser acusado de furto pelos funcionários do local, em Limeira, no interior de São Paulo, no último dia 6. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o homem tirando parte da roupa para provar que não havia roubado nada.

“[Eles] queriam me levar para um canto escuro sem ninguém ver. Eu comecei a chamar o pessoal para gravar e servir de testemunha. Se me levassem para trás, eles colocariam alguma coisa em mim e diriam que eu roubei”, disse em entrevista ao site Notícia de Limeira.

Em nota, o Assaí Atacadista informou que os funcionários envolvidos no caso foram afastados. “A companhia reforça que não adota nem orienta qualquer forma de abordagem constrangedora a clientes e que tomará todas as providências necessárias tão logo a investigação for encerrada”, diz o comunicado da empresa.