Foto: Victor Moriyama

Dados do sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados nesta sexta-feira (07), mostram que de janeiro a dezembro de 2021 foram registrados 8.219 km² de alertas de desmatamento na Amazônia. É o terceiro ano seguido em que os alertas superam os 8.000 km2, o que não havia ocorrido em nenhum ano anterior ao atual governo.

Apesar da pequena queda de 2,3% em relação ao ano passado, a média de desmatamento registrada ao longo dos três anos do governo Bolsonaro (8.604 km²) é 77% maior em comparação aos três anos anteriores (4.844 km²).

“Infelizmente, em relação aos alertas de desmatamento, o novo ano começa como foram os últimos três. A destruição da Amazônia e outros ecossistemas naturais não só não é combatida pelo governo, como é impulsionada por atos, omissões e conluios com os setores mais retrógrados da nossa sociedade que primam o lucro e a economia da destruição, agravando cada vez mais a crise climática que vivemos na atualidade”, afirma Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Quando são analisados somente os alertas para mineração, em sua grande parte causada por garimpos ilegais, o número é ainda mais assustador. Pela primeira vez, o sistema registrou uma área de alertas de 121 km² para esta atividade, um aumento de 20% em relação ao ano anterior e o equivalente a 17 mil campos de futebol destruídos – uma média de 47 a cada dia.

“Nesta mesma semana, também foi divulgado pelo INPE um aumento de 7,9% no desmatamento do cerrado, que já teve 50% de sua área devastada, e anunciada a extinção por falta de verba do programa de monitoramento deste que é o segundo maior bioma brasileiro. Esses números são reflexos da política antiambiental do governo Bolsonaro e de suas ações comprovadamente ineficazes em conter a destruição das florestas”, complementa Batista.

Os números também expõem as escolhas de seus aliados no Congresso Nacional, que tentam aprovar Projetos de Leis que ameaçam as florestas e seus povos, como é o caso do PL 2633, conhecido como “PL da Grilagem”, que visa premiar grileiros ao reduzir a margem de proteção de rios em áreas urbanas, e o PL 490, que inviabiliza demarcações de Terras Indígenas e escancara os territórios para atividades econômicas predatórias. Projetos como estes estimulam e intensificam a corrida de madeireiros, grileiros, fazendeiros e garimpeiros pela ocupação ilegal e destruição da Amazônia.

*Com informações do Ciclo Vivo